O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reforçaram, nesta quarta-feira (19), a necessidade de avançar na implementação do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), com o objetivo de fortalecer as relações comerciais entre os blocos. Montenegro alertou para o risco de a Europa perder espaço no comércio global, caso o acordo não seja ratificado, destacando objeções políticas e econômicas internas de países europeus como França e Polônia. O primeiro-ministro português também ressaltou a importância do bloco europeu cumprir com seus compromissos para não abrir oportunidades para competidores comerciais não regulados.
O acordo, que levou 25 anos de negociações, foi concluído em dezembro de 2024, e está aguardando a tradução e revisão para ser assinado no primeiro semestre de 2025. O governo brasileiro espera que a ratificação seja concluída pela UE até o fim do ano. Lula afirmou que o acordo trará benefícios mútuos, como a redução de custos de bens e serviços, maior investimento e uma cooperação ambiental mais forte, sem prejudicar a política de industrialização brasileira. Além disso, o Brasil assumirá a presidência rotativa do Mercosul no segundo semestre de 2025, o que poderá impulsionar o andamento do processo.
Em paralelo, Brasil e Portugal firmaram acordos em diversas áreas, como combate ao extremismo digital e à desinformação, além de parcerias em setores como a aviação e saúde. Durante o encontro, também foi abordado o impacto do protecionismo comercial global e a necessidade de cooperação internacional, especialmente no contexto de desafios climáticos. Ambos os líderes se comprometeram a manter um diálogo constante, com destaque para a participação na COP-30 em Belém, que reunirá líderes internacionais em novembro de 2025.