O primeiro-ministro da França, François Bayrou, conseguiu superar dois votos de desconfiança no Parlamento, permitindo a continuidade do processo de adoção do Orçamento de 2025, uma medida crucial para a redução das dívidas do país. As moções foram propostas pela esquerda radical, mas não conseguiram o apoio necessário devido à resistência de partidos como a Reunião Nacional e o Partido Socialista, que priorizaram a aprovação do Orçamento. O governo precisava da adoção desse Orçamento para evitar uma crise fiscal, e a ferramenta constitucional usada por Bayrou permitiu a aprovação sem votação parlamentar.
A instabilidade política tem marcado o cenário francês desde as eleições antecipadas de junho, que resultaram em um Parlamento fragmentado. A aprovação do Orçamento de 2025 gerou tensões, especialmente após o uso do Artigo 49.3, que permite ao governo minoritário adotar legislações sem a necessidade de aprovação parlamentar. Embora a oposição tenha tentado bloquear essa medida com as moções de desconfiança, a falta de apoio suficiente acabou impedindo o sucesso das tentativas de derrubar o premiê.
O Orçamento de 2025 visa reduzir o déficit fiscal do país, aumentar impostos sobre grandes empresas e os mais ricos, além de promover cortes em gastos públicos. A resistência de partidos como a esquerda radical e a ultradireita ilustra a complexidade política que o governo de Bayrou enfrenta para implementar suas políticas fiscais. Apesar das dificuldades, o ministro das Finanças, Eric Lombard, considerou a derrota das moções de desconfiança como um sinal positivo para a estabilidade econômica da França.