A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou a suspensão temporária de suas parcerias com os Ministérios Públicos estaduais e a Polícia Federal em operações contra o crime organizado. A decisão foi tomada com base em uma portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que estabelece diretrizes para a atuação conjunta da PRF com outros órgãos do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Segundo a corporação, a medida busca garantir segurança jurídica e adequação às novas regras, concedendo até 90 dias para ajustes em operações já em andamento.
O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, explicou que a suspensão permitirá uma reavaliação do modelo de cooperação da corporação em todo o país. Com isso, agentes que atuavam junto aos Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) e à Polícia Federal deverão retornar às suas unidades de origem. A medida, segundo Oliveira, não afeta as atividades regulares da PRF nas rodovias federais e tem caráter temporário, com previsão de revisão nas próximas semanas em conjunto com o Ministério da Justiça e a Polícia Federal.
A portaria reforça que a PRF não pode exercer funções exclusivas das polícias judiciárias, como a investigação de crimes, e determina que qualquer participação em operações conjuntas precisa ser autorizada pelo diretor-geral da corporação, com justificativa detalhada de custos e recursos. Para fortalecer a atuação da PRF, Oliveira defendeu a aprovação da PEC da Segurança Pública, que propõe ampliar as atribuições da corporação, permitindo seu patrulhamento também em ferrovias e hidrovias federais. O governo federal ainda avalia o momento para encaminhar a proposta ao Congresso, o que deve ocorrer após o carnaval.