O presidente da Argentina, Javier Milei, fez uso de um dispositivo constitucional para nomear, por decreto, dois juízes para a Suprema Corte do país durante o recesso do Congresso. As indicações de Manuel García Mansilla e Ariel Lijo geraram controvérsias, especialmente por se tratarem de nomeações interinas, previstas para situações excepcionais. A manobra foi formalizada no Diário Oficial, mas enfrenta um desafio legal após uma organização da sociedade civil pedir a anulação das nomeações, alegando arbitrariedade e violação de princípios constitucionais.
A Casa Rosada defende que o decreto visa garantir a continuidade dos trabalhos da Suprema Corte, acusando o Senado de politizar a escolha dos juízes e adiar indevidamente a análise das indicações. No entanto, a medida enfrenta resistência tanto de opositores quanto de aliados políticos, que veem as nomeações como problemáticas. O líder da União Pela Pátria, José Mayans, prometeu que a oposição derrubaria as indicações quando o Congresso retomar seus trabalhos, no próximo mês.
A controvérsia se intensificou em meio a críticas à escolha de Ariel Lijo, devido a questões envolvendo investigações judiciais. Embora a nomeação seja válida de forma interina até março de 2026, quando precisa ser confirmada pelo Senado, a pressão política continua. O governo argentino busca uma aprovação formal dos candidatos e promete seguir com as negociações, enquanto a oposição se prepara para contestar as nomeações, que se arrastam há quase um ano.