O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, gerou repercussão após declarar que não via a invasão de 8 de janeiro de 2023 como uma tentativa de golpe, apesar dos atos de depredação e da tentativa de interferir nas Forças Armadas por parte de manifestantes radicalizados. As declarações geraram preocupações no Supremo Tribunal Federal (STF), levando Motta a procurar membros da Corte para esclarecer suas palavras e reafirmar seu compromisso em manter boas relações com o Judiciário e evitar tensões entre os Poderes.
Antes de assumir a presidência da Câmara, Motta já havia se reunido com ministros do STF, buscando evitar qualquer percepção de deslealdade institucional. No entanto, suas falas recentes sobre a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro acenderam um alerta entre integrantes da magistratura, que passaram a questionar suas intenções em relação ao Estado de Direito. Apesar disso, ministros do STF não consideram que suas declarações constituem um ataque direto à Corte.
Apesar da situação, o STF tem procurado demonstrar unidade nas ações e decisões relacionadas aos golpistas, com a intensificação de julgamentos e sentenças. Para os integrantes da Corte, as reações de Motta ainda são vistas como parte de sua estratégia de conquistar a confiança de setores da extrema direita no Congresso, e o impacto de suas declarações está mais no campo da retórica política do que em uma real ameaça à estabilidade institucional.