A Prefeitura de São Paulo anunciou a decisão de realizar uma nova licitação para a construção do túnel na Rua Sena Madureira, na Zona Sul, após uma recomendação do Ministério Público. O atual contrato da obra, no valor de R$ 218 milhões, envolvendo a Álya Construtora S.A., foi alvo de críticas e questionamentos sobre irregularidades em processos licitatórios passados, incluindo fraudes e superfaturamento. O promotor Silvio Marques destacou a necessidade de rescindir o contrato vigente, considerando as fraudes identificadas em licitações do Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo, anteriormente gerido pela DERSA.
A obra do túnel tem gerado controvérsias e protestos entre os moradores da Vila Mariana, que questionam os impactos ambientais e na mobilidade urbana da região. Em diversas ocasiões, a Justiça determinou a suspensão das atividades devido a problemas ambientais, como o corte de árvores e o risco para nascentes de rios. A decisão de retomar a licitação e iniciar um novo processo foi motivada por essas pendências, além de questionamentos sobre o estudo de viabilidade ambiental utilizado para justificar a continuidade da obra, que foi criticado por ter trechos copiados de documentos antigos.
Além dos protestos locais, o caso também gerou ações no Ministério Público e representações de parlamentares da oposição, que questionam a legalidade do processo e pedem uma análise mais detalhada das implicações ambientais e urbanísticas. A Prefeitura, agora sob a recomendação de novos procedimentos, tem um prazo de dez dias para iniciar a rescisão do contrato e dar início à nova licitação, com o objetivo de garantir que o projeto atenda às exigências legais e ambientais.