A Prefeitura de São Paulo iniciou uma campanha publicitária contra o serviço de mototáxi, destacando depoimentos de um motoboy que sofreu um acidente e hoje é cadeirante. A campanha faz parte da estratégia para combater o aumento das mortes no trânsito, que, no ano passado, atingiram números recordes. A Prefeitura proibiu a operação de mototáxi por aplicativos após uma decisão judicial favorável ao seu pedido, alegando que as empresas não cumpriram um decreto municipal de 2023. Apesar disso, empresas como 99 e Uber continuam oferecendo o serviço, amparadas por decisões federais.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa as empresas do setor, rebate as críticas e argumenta que a relação entre o aumento de acidentes e o serviço de mototáxi é infundada. A associação destaca que a frota de motociclistas cadastrados nas principais empresas do setor representa uma pequena parcela do total de motocicletas no Brasil. Além disso, ela afirma que todos os condutores cadastrados têm habilitação e documentação regular, e defende políticas públicas para aumentar a segurança no trânsito, com exemplos positivos de outras cidades, como Fortaleza.
Especialistas alertam para o risco de aumento de acidentes com a popularização do mototáxi e a possível redução na demanda por transporte público, que já enfrenta dificuldades. No entanto, reconhecem que o serviço atende a uma necessidade, especialmente em regiões periféricas, onde há dificuldades de cobertura do transporte público. As empresas afirmam que a decisão de expandir a oferta de mototáxi visa atender à demanda existente, principalmente em áreas onde serviços clandestinos já operam.