O Hospital do Câncer Araújo Jorge, em Goiânia, acumula uma dívida superior a R$ 44 milhões devido a atrasos nos repasses de recursos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os valores pendentes envolvem repasses federais, estaduais e municipais, com destaque para os R$ 32 milhões não recebidos da União. A situação tem causado uma grave crise financeira no hospital, comprometendo o funcionamento de seus serviços e prejudicando o tratamento de pacientes com câncer.
A principal preocupação gira em torno do impacto financeiro sobre o único Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) do estado, que atende mais de 70% dos pacientes oncológicos de Goiás. A instituição enfrenta atrasos médios de 39 dias nos pagamentos de serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que agrava ainda mais a situação. Além disso, a falta de recursos ameaça a manutenção de equipamentos essenciais, como um aparelho de radioterapia, com mais de 30 anos de uso, que atende cerca de 100 pacientes por dia.
Em resposta à crise, a Prefeitura de Goiânia afirmou que fez um repasse de mais de R$ 8 milhões ao hospital e que está reavaliando os contratos e convênios para resolver as pendências financeiras deixadas pela gestão anterior. O prefeito Sandro Mabel determinou que os pagamentos aos prestadores de serviços sejam feitos integralmente assim que os recursos do SUS forem recebidos. Entretanto, a situação ainda preocupa, com a possibilidade de redução gradual dos atendimentos caso os repasses continuem em atraso.