O aumento no custo dos alimentos tem impactado diretamente o comportamento de compra dos consumidores brasileiros, que estão adquirindo menos itens essenciais nos supermercados. De acordo com uma pesquisa realizada pela Varejo 360, entre 1º e 21 de janeiro de 2025, observou-se uma queda nas compras de produtos como café, leite e chocolate. A pesquisa revelou uma redução de 4,4% na compra de leite UHT por cliente e uma diminuição de 2,5% no consumo de café torrado e moído em comparação com o mesmo período do ano anterior. Produtos de higiene e limpeza também apresentaram retração nas vendas, apesar de não estarem mais caros.
Esse fenômeno ocorre em um cenário de alta nos preços da cesta básica, que registrou aumento em 13 das 17 capitais analisadas pelo Dieese. O preço do café em pó, por exemplo, subiu devido à oferta mundial limitada, enquanto o tomate teve alta significativa em várias capitais. O aumento de custos em itens básicos tem forçado os consumidores a priorizar produtos alimentícios essenciais, o que impacta diretamente o consumo de itens de outras categorias, como os de higiene e limpeza.
Em resposta à situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que os consumidores poderiam ajudar a estabilizar os preços ao evitar a compra de produtos caros. O governo também está avaliando a criação de estoques reguladores, com a proposta de alocar R$ 1 bilhão no Orçamento de 2025, com o objetivo de estabilizar o preço de alimentos básicos como arroz, feijão e trigo. Essas ações visam mitigar os impactos das flutuações de preços no mercado e aliviar a pressão sobre os consumidores.