A definição dos deputados que liderarão as principais comissões da Câmara dos Deputados está em suspense devido à possível reforma ministerial no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mudança, prevista para após o Carnaval, pode incluir a troca de ministros e impactar o equilíbrio político na Casa. Entre os cargos que estão em jogo, destaca-se o da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), atualmente ocupada por Alexandre Padilha (PT), com deputados aliados sendo cogitados para assumir a função.
Caso haja mudanças na SRI, isso resultaria em um rearranjo das forças partidárias na Câmara, afetando o controle das comissões importantes, como a de Constituição e Justiça (CCJ) e a relatoria do Orçamento de 2026. O MDB, que teve papel decisivo na eleição do presidente da Câmara, Hugo Motta, tem negociado para garantir a relatoria da lei orçamentária, enquanto o União Brasil mostra interesse em assumir a CCJ. A estratégia visa otimizar a articulação política, especialmente em um ano eleitoral.
A eleição de Hugo Motta à presidência da Câmara, com o apoio de 18 partidos, fortaleceu a posição de partidos aliados no Legislativo. A mudança nas comissões, portanto, é vista como uma consequência natural do novo cenário político, com foco na maior aproximação entre o governo e a Casa Legislativa. O resultado dessas negociações e possíveis trocas ministeriais será determinante para o andamento das principais pautas do governo.