A política comercial do governo de Donald Trump tem sido caracterizada por medidas protecionistas, com tarifas impostas a diversos países. Embora o Brasil não tenha sido um alvo direto dessas tarifas até agora, analistas indicam que a possibilidade de uma retaliação comercial se torna mais concreta. Trump defende o uso de tarifas como uma ferramenta para corrigir déficits comerciais e proteger indústrias nacionais. Embora a balança comercial entre Brasil e EUA seja relativamente equilibrada, o discurso protecionista do presidente norte-americano inclui o Brasil como um possível alvo devido a barreiras comerciais consideradas injustas.
O Brasil tem se beneficiado de uma série de fatores que ajudaram a evitar tarifas mais agressivas, como sua baixa contribuição para o déficit comercial dos EUA, a ausência de um acordo de livre comércio e uma relação diplomática estável. No entanto, o aumento da relação comercial entre o Brasil e a China, além da presença do país no BRICS, podem ser vistos como elementos que preocupam Washington, especialmente após as declarações de Trump sobre possíveis tarifas a países que desafiem a supremacia do dólar.
Caso os EUA optem por impor tarifas ao Brasil, setores como siderurgia, agronegócio e aeronáutica podem ser severamente impactados. Produtos como aço, carne bovina e aeronaves enfrentariam maiores barreiras no mercado norte-americano. Uma possível estratégia para evitar danos irreparáveis seria a negociação de concessões, semelhante ao que ocorreu com o México e Canadá, para evitar medidas punitivas. O governo brasileiro, por sua vez, já indicou que responderia com medidas de reciprocidade, o que poderia aumentar as tensões entre os dois países.