Na tarde desta sexta-feira (14), a Polícia Militar de São Paulo se reuniu com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para apresentar o funcionamento das novas câmeras corporais que serão utilizadas pela corporação. O encontro, realizado no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), abordou as mudanças tecnológicas e a justificação do governo estadual para a substituição do modelo anterior de armazenamento das imagens, que era considerado oneroso. O governador Tarcísio de Freitas destacou que, com a nova tecnologia, seria possível ampliar o número de câmeras de 10 mil para até 15 mil unidades.
Durante a reunião, o comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas, detalhou as razões pelas quais o estado propôs a alteração na tecnologia de gravação. A versão anterior, que registrava as ações dos policiais de maneira ininterrupta, era considerada financeiramente inviável devido ao alto custo de armazenamento das imagens. Em vez disso, o novo modelo permitirá gravações com acionamento manual ou remoto, o que foi criticado por algumas organizações de direitos humanos. Contudo, a Secretaria da Segurança Pública argumentou que o novo sistema apresenta recursos compensatórios, como a gravação automática acionada pelo Centro de Operações da PM.
O debate sobre o uso das câmeras corporais começou após uma decisão do STF, que, em 9 de dezembro de 2024, determinou a obrigatoriedade do uso dos equipamentos pela PM paulista. Inicialmente, a medida exigia gravações ininterruptas, mas, em uma revisão, Barroso limitou a exigência a operações de maior risco, considerando a falta de equipamentos para todo o efetivo policial. Em setembro de 2024, o governo estadual firmou um contrato com a Motorola para a aquisição de 12 mil câmeras, com o objetivo de melhorar a segurança pública e otimizar o uso da tecnologia. O STF ainda analisa as questões legais relacionadas ao novo modelo proposto.