Mensagens encontradas em celulares apreendidos durante uma investigação sobre o desvio de emendas no Maranhão resultaram em um inquérito que investiga a possível participação de um senador em um esquema de comércio de emendas. A Polícia Federal iniciou as apurações independentes após o encontro fortuito dessas provas, o que levou à abertura de um novo inquérito em agosto de 2024, cujos detalhes foram divulgados recentemente com o levantamento do sigilo da Operação Emendário.
O senador envolvido se pronunciou, afirmando que todas as emendas que indicou foram destinadas ao Tocantins, seu estado de origem, com exceção de uma única emenda destinada ao Rio Grande do Sul para atender a uma calamidade. Segundo ele, recursos destinados a outros estados ocorreram devido à sua função de relator setorial do orçamento, onde atendeu a solicitações de parlamentares de diversas regiões. A Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável à abertura do inquérito, e diligências preliminares foram autorizadas.
A investigação foi desencadeada a partir de trocas de mensagens entre um ex-assessor do senador e o secretário de um deputado, sendo que o conteúdo das conversas sugeria pressões sobre pagamentos e benefícios relacionados ao comércio de emendas. Para a Polícia Federal, a expressão “no chão” usada nas conversas indicaria o pagamento em espécie, e o ex-assessor mencionou valores de grandes quantias. A investigação está em andamento, e novas diligências devem esclarecer os fatos relacionados ao caso.