A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou uma operação para investigar um grupo de empresas suspeitas de fraudar licitações no setor público. As investigações, iniciadas em abril de 2024, apontam que essas empresas se associaram com o intuito de manipular processos licitatórios, utilizando dados falsificados para obter benefícios fiscais e oferecendo preços mais baixos para vencer as concorrências. Além disso, as empresas seriam administradas por laranjas para esconder os verdadeiros proprietários, dificultando a identificação dos responsáveis pelas fraudes.
Entre os principais alvos da operação, está uma empresa envolvida em um contrato de R$ 321 milhões com o governo federal para a prestação de serviços gerais. Contudo, a empresa foi desclassificada de uma licitação recente, devido a irregularidades como o uso indevido de benefícios fiscais para reduzir preços e falta de comprovação de capacidade para arcar com os custos do serviço. A Controladoria-Geral da União já havia identificado problemas semelhantes em contratos anteriores. Além disso, a empresa é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por estar registrada em nome de laranjas.
A investigação também envolve contratos com a Administração Pública, incluindo um específico com a Polícia Federal para a prestação de serviços terceirizados. Os mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Federal, estão sendo cumpridos em Brasília, e as autoridades seguem apurando a extensão das fraudes e os envolvidos na manipulação das licitações, em um caso que reforça as preocupações com a transparência nos processos de contratação pública no Brasil.