A Polícia Federal finalizou o inquérito da Operação 18 Minutos, que investigou a venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). O relatório aponta a participação de juízes, desembargadores, advogados e servidores em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Entre os envolvidos, estão magistrados que teriam manipulado processos judiciais para a liberação de alvarás fraudulentos, com destaque para valores de até R$ 18 milhões, movimentados para o pagamento de honorários advocatícios.
A investigação dividiu os indiciados em três núcleos: judicial, causídico e operacional. O núcleo judicial envolveu magistrados e seus auxiliares, enquanto o causídico reuniu advogados que colaboravam com os juízes e desembargadores para manipular decisões. O núcleo operacional foi responsável por lavar o dinheiro obtido com as fraudes. Entre as descobertas, constam movimentações financeiras suspeitas, como depósitos não identificados e transferências fracionadas, características típicas de lavagem de dinheiro.
A Operação 18 Minutos recebeu esse nome devido ao curto intervalo entre a expedição de uma ordem judicial e o levantamento do dinheiro fraudado, ocorrendo em 18 minutos. O caso envolveu manobras para garantir que processos chegassem até juízes específicos, com a participação ativa de advogados. Além disso, o relatório destaca que as movimentações financeiras dos envolvidos, incluindo gastos incompatíveis com suas rendas, reforçam a hipótese de crimes financeiros. A investigação continua com o envio do caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apuração das responsabilidades de desembargadores.