A Polícia Federal concluiu a investigação da Operação 18 Minutos, que apura a suspeita de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). Ao longo da investigação, 23 pessoas foram indiciadas, incluindo magistrados, advogados e servidores. Os crimes investigados envolvem corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. O relatório final, com 174 páginas, foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável pelo julgamento dos desembargadores envolvidos.
O esquema criminoso foi dividido em três núcleos: o judicial, composto por magistrados e seus auxiliares; o causídico, formado por advogados em conluio com juízes e desembargadores; e o operacional, que cuidava da lavagem de dinheiro. Investigadores apontaram que houve manipulação de processos para liberar alvarás judiciais, movimentações financeiras suspeitas e a divisão de recursos ilícitos entre os envolvidos. As movimentações financeiras e a influência de terceiros nas decisões judiciais foram aspectos chave na investigação.
A operação recebeu esse nome devido ao tempo rápido com que o dinheiro foi retirado após a expedição dos alvarás, com apenas 18 minutos entre a ordem e o saque. A investigação revelou que o esquema beneficiava advogados e magistrados, resultando em fraudes que ultrapassaram R$ 18 milhões. A análise também revelou discrepâncias nas finanças pessoais de alguns dos indiciados, o que levou à conclusão de que o dinheiro proveniente das fraudes foi lavado por meio de diversas transações suspeitas.