O índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria brasileira registrou um pequeno aumento em janeiro, atingindo 50,7 pontos, frente aos 50,4 pontos de dezembro. Apesar desse leve crescimento, a S&P Global indicou que o setor industrial permaneceu estagnado, enfrentando desafios como a política fiscal, as condições monetárias e a flutuação cambial, que pressionam os custos de produção. O aumento nos novos pedidos foi o mais fraco em 13 meses, embora tenha ocorrido uma maior demanda por mão de obra temporária e o alongamento dos prazos de entrega, o que contribuiu para a ligeira melhora no índice.
O cenário de janeiro mostrou-se preocupante para os fabricantes, que começaram o ano em uma situação instável. Os baixos níveis de pedidos e a estagnação da produção reforçaram as dificuldades enfrentadas no final de 2024, com impacto de custos elevados, taxas de juros altas e a fraqueza do real. Embora a criação de empregos temporários tenha sido vista como um ponto positivo, a incerteza quanto ao crescimento econômico futuro gerou uma postura cautelosa nas empresas. A S&P alertou que, se esses desafios persistirem, o risco de uma retração econômica será iminente.
No entanto, apesar das dificuldades, os produtores de bens demonstraram um otimismo cauteloso quanto às perspectivas de produção, apontando para oportunidades de exportação, investimentos, novos produtos e melhorias nos setores agrícola, automotivo e de construção. Esses fatores são vistos como potenciais impulsionadores para uma recuperação, mas ainda dependem de uma superação dos obstáculos econômicos enfrentados atualmente.