A bancada do PL se encontra em clima de incerteza com relação à eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, marcada para o sábado, 1º de fevereiro. Embora o partido tenha demonstrado apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), há receios sobre possíveis dissidências, com destaque para o risco de que o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) consiga atrair votos de parlamentares mais radicais. A votação, secreta, pode dar margem a surpresas, e a ausência de fechamento de questão dentro da legenda gera ainda mais incertezas.
O PL, maior bancada da Câmara com 92 deputados, vive um dilema relacionado à aprovação de um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Embora Motta tenha se mostrado favorável ao avanço da pauta, ainda não se posicionou de maneira categórica. Van Hattem, por outro lado, tem como compromisso explícito a anistia a perseguidos políticos e outras pautas com forte apelo entre deputados bolsonaristas, o que pode influenciar o comportamento de alguns parlamentares do PL durante a votação.
Além disso, fontes indicaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu unidade à bancada do PL em apoio a Hugo Motta, e esse pedido foi amplamente aceito. No entanto, a liderança do PL ainda não sabe se a gestão de Motta será mais favorável ao ex-presidente Bolsonaro ou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Palácio do Planalto, por sua vez, vê a possibilidade de estabilidade nas relações com a Câmara sob a nova presidência, embora as negociações internas ainda não revelem qual direção a presidência da Casa tomará.