Cientistas brasileiros e espanhóis estão liderando um projeto internacional para identificar as lacunas no conhecimento sobre a biodiversidade na Antártida. A pesquisa, coordenada pelos pesquisadores José Alexandre da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Joaquim Hortal da Espanha, busca compreender as áreas de incerteza sobre os ecossistemas do continente antártico, com foco em como a falta de dados pode impactar o estudo das mudanças climáticas. O trabalho envolve o desenvolvimento de metodologias e teorias para preencher esses gaps de conhecimento, além de investigar até que ponto a ciência consegue prever as respostas dos organismos às mudanças climáticas.
O estudo está sendo conduzido no contexto do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e com a colaboração de mais de 30 cientistas de vários países, incluindo membros do Comitê Científico de Pesquisa Antártica (SCAR). A pesquisa foca na biogeografia e macroecologia, utilizando grandes bases de dados para mapear áreas pouco exploradas, como a biodiversidade de invertebrados e micro-organismos, ainda pouco compreendida na região. A Antártida, apesar de ser bem estudada em relação a alguns organismos, como os pinguins, carece de conhecimento mais detalhado sobre outras formas de vida.
Além de contribuir para o avanço científico, o estudo busca responder a questões sobre a adaptação da biodiversidade a ambientes extremos e os impactos do aquecimento global. A pesquisa também tem implicações para a formulação de políticas ambientais mais eficazes, ao identificar áreas prioritárias para a conservação e prever os efeitos das mudanças ambientais globais. Com isso, a iniciativa visa orientar estratégias globais de proteção à biodiversidade, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente aos ODS 14 e 15, que tratam da vida marinha e terrestre.