A pesquisa Radar da Inclusão, realizada pela Pacto Global e outras organizações, revelou que 80% dos trabalhadores com deficiência ou neurodivergência acreditam que as empresas não estão preparadas para incluí-los adequadamente. Entre as principais dificuldades estão a falta de adaptações no ambiente de trabalho, com um terço dos respondentes afirmando que seus locais de trabalho não são acessíveis. Além disso, 71% preferem modelos de trabalho remoto ou híbrido, uma necessidade frequentemente associada à falta de condições adequadas nos escritórios.
O levantamento também mostrou que programas de inclusão e acessibilidade são determinantes na escolha profissional de um quarto dos participantes, e que quase metade deles preferiria vagas exclusivas para pessoas com deficiência ou neurodivergência. Apesar de uma legislação que visa melhorar a inclusão no Brasil desde 1991, especialistas apontam que a realidade nas empresas ainda está longe do ideal, com a maioria das pessoas com deficiência ocupando funções de baixo escalão e sem perspectivas de crescimento.
Os dados do IBGE, divulgados em 2023, destacam a discrepância entre a empregabilidade de pessoas com e sem deficiência. Enquanto a taxa de emprego de pessoas sem deficiência é de 60,7%, para aqueles com deficiência é de apenas 26,6%. Além disso, muitos trabalhadores com deficiência estão em empregos informais, com salários abaixo da média, evidenciando a exclusão e as barreiras que ainda persistem no mercado de trabalho brasileiro.