Pesquisadores do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), descobriram uma enzima em uma bactéria capaz de transformar o óleo de destilação do etanol de milho em combustível de aviação sustentável. Esse subproduto, utilizado em menor escala, tem o potencial de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, podendo ser aplicado também na produção de plásticos, cosméticos e outros produtos industriais. A descoberta foi financiada por instituições públicas e privadas e tem grande relevância para o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis na indústria.
A enzima identificada pela pesquisa transforma o óleo de destilação do milho em compostos semelhantes aos derivados do petróleo, o que oferece uma alternativa ao óleo mineral. Esse processo pode contribuir para a descarbonização do setor de transporte, especialmente no que diz respeito aos combustíveis de aviação. Além disso, a tecnologia possui o diferencial de não cristalizar em baixas temperaturas, ao contrário do biodiesel tradicional, produzido a partir de óleos vegetais. A descoberta tem potencial de revolucionar tanto o setor de biocombustíveis quanto as indústrias químicas e petroquímicas.
A pesquisa também é destacada pela sua contribuição para a economia circular, uma vez que utiliza o milho de segunda safra, ou “safrinha”, cultivado entre as safras de soja. Esse aproveitamento não compete com a produção de alimentos, o que torna o processo mais sustentável. Ao utilizar um recurso que já existe e ao transformar CO2 de baixo impacto, a tecnologia oferece uma solução promissora para a produção de combustíveis mais limpos, alinhando-se a objetivos de desenvolvimento econômico sustentável e de redução de resíduos.