O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu a legalidade de certos benefícios pagos a juízes, conhecidos como penduricalhos, destacando que algumas remunerações extras são justificadas pela carga de trabalho superior à média global. Barroso reconheceu que há penduricalhos questionáveis, mas argumentou que outras compensações, como as relativas a férias ou acúmulo de processos, são necessárias para a gestão eficiente das funções judiciais.
Apesar da defesa de Barroso, os pagamentos extras a magistrados têm gerado críticas devido aos custos elevados. De acordo com dados da Transparência Brasil, a conversão de licença-compensatória em dinheiro, autorizada em 2022, resultou em um aumento considerável nos salários dos juízes, com mais de 8.700 magistrados recebendo, em média, R$ 12.400 a mais por mês. Esses pagamentos aumentaram as despesas públicas em R$ 819 milhões ao longo de 16 meses.
Além disso, Barroso respondeu a críticas sobre a transparência do STF, afirmando que todas as despesas da Corte são publicadas de forma clara no portal da transparência. Ele também se posicionou sobre a necessidade de maior transparência nos gastos do governo, em resposta às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que defendeu maior clareza nas finanças dos três poderes da República.