Em Goiás, já foram registradas duas mortes e mais de 8,3 mil casos de dengue em 2025, com a preocupação crescente sobre as reinfecções. A dengue é causada por quatro sorotipos de vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, e, enquanto na maioria dos casos a doença apresenta sintomas leves, uma reinfecção pode levar a formas mais graves. O aumento do risco ocorre porque, ao ser infectado novamente, o sistema imunológico pode reagir de forma ineficaz, ajudando o vírus a se replicar em vez de neutralizá-lo.
Especialistas apontam que a gravidade da doença na segunda infecção está relacionada ao comportamento dos anticorpos e células T do sistema imunológico, que, ao reconhecerem o vírus, podem, em alguns casos, piorar o quadro. A resposta imunológica gerada pela primeira infecção pode não ser suficiente para proteger o corpo da nova cepa, aumentando as chances de complicações graves. Fatores genéticos e a presença de comorbidades também influenciam na evolução da doença, tornando o quadro ainda mais imprevisível.
Além disso, a genética dos diferentes tipos de vírus também tem impacto na gravidade das infecções. Pesquisas indicam que certos sorotipos, como DENV-2 e DENV-3, são mais propensos a causar formas graves em reinfecções, dependendo da região. Em um país endêmico como o Brasil, onde o risco de exposição ao vírus é constante, a chance de complicações graves aumenta, especialmente em pessoas que já foram infectadas anteriormente.
