Partidos menores no Brasil têm explorado diferentes estratégias para contornar a cláusula de barreira, que restringe o acesso a recursos públicos e tempo de rádio e TV, afetando principalmente as siglas com baixo desempenho nas urnas. Entre as alternativas mais discutidas estão a fusão com outras legendas, a incorporação de partidos menores por siglas maiores e a formação de federações, que permitem uma união temporária de partidos com duração de quatro anos. Embora as federações tragam flexibilidade, elas têm gerado insatisfação entre os integrantes, especialmente pela perda de autonomia e prerrogativas no Congresso.
Atualmente, três federações estão registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): PT/PCdoB/PV, PSDB/Cidadania e PSOL/Rede. Contudo, o modelo tem gerado críticas, principalmente por parte dos partidos menores, que alegam perder influência política e espaço no Congresso, sendo absorvidos pelos partidos maiores. A insatisfação é notável em siglas como o PV, que se vê dominado pelo PT dentro da federação, e o PSOL, que experimentou desentendimentos com a Rede, outro partido federado a ele. Em alguns casos, a busca por uma maior autonomia tem levado partidos a questionar a validade da permanência nas federações.
Além das federações, siglas como PDT e PSB estão considerando novas opções para se fortalecerem, seja por meio de federações com partidos de porte semelhante ou por uma união mais profunda, como a fusão. No caso do PSDB, já federado ao Cidadania, o partido estuda a possibilidade de se fundir com o PSD ou MDB, enquanto o Solidariedade busca formar uma nova federação. As críticas à rigidez das regras da federação e a discussão sobre possíveis mudanças na legislação, inclusive dentro do novo Código Eleitoral, indicam que os partidos estão em busca de maior flexibilidade para fortalecer sua posição política.