A parosmia é uma condição rara que distorce os cheiros e, para muitas pessoas, ela surgiu após a infecção pelo coronavírus. Ana Paula Cadamuro, uma dubladora, foi diagnosticada com a doença após contrair Covid-19 em 2020. Inicialmente, perdeu o olfato e o paladar, mas, ao recuperar a capacidade de sentir odores, tudo passou a ter um cheiro desagradável, como se fosse podre. Ela descreve que o cheiro de alimentos e até de pessoas ficou insuportável, o que afetou profundamente sua alimentação e qualidade de vida. Ana perdeu peso significativamente e passou a ter dificuldades para manter uma dieta equilibrada, o que gerou outros problemas de saúde, como anemia.
O processo de detecção e tratamento da parosmia é desafiador, pois ainda não há uma solução definitiva para a condição. Embora na maioria dos casos a distorção do olfato seja temporária, existem exceções como o caso de Ana, que continua com os sintomas após cinco anos. A parosmia afeta tanto o olfato quanto o paladar, já que os dois sentidos estão interligados. Isso gera uma experiência sensorial distorcida, afetando a rotina e as relações sociais, uma vez que até ambientes e pessoas podem ter odores estranhos ou repulsivos. Ana relata momentos de desconforto social, como em reuniões familiares, e desenvolveu uma preocupação excessiva com seu próprio cheiro, devido ao medo de ser incomodada pelos outros.
Atualmente, Ana tenta se adaptar à nova realidade, sem uma cura definitiva à vista. Ela segue fazendo acompanhamento psiquiátrico e já passou por diversos médicos, sem encontrar uma solução para seu caso. Um dos poucos cheiros que voltou ao normal para ela foi o do manjericão, algo que a ajuda a melhorar sua alimentação. Especialistas alertam que, embora a parosmia tenha se tornado mais comum após a pandemia, tratamentos eficazes ainda estão sendo investigados, e muitas pessoas ainda convivem com essa condição sem perspectivas claras de recuperação.