Em 2024, as apreensões no Brasil somaram mais de R$ 3,5 bilhões, e em 2025 o valor já ultrapassa R$ 400 milhões. Parte desse material é leiloado ou doado, enquanto outros produtos, que não podem ser vendidos ou são impróprios para consumo, precisam ser destruídos. No entanto, uma nova parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Receita Federal tem transformado esses produtos apreendidos em mercadorias com destinação sustentável, minimizando o desperdício e aproveitando melhor os recursos.
Um exemplo dessa transformação é o cigarro apreendido, que representa 50% das apreensões e é queimado para se tornar biocarvão, utilizado na agricultura para melhorar solos e descontaminar áreas contaminadas. Aparelhos piratas de TV são convertidos em computadores, com o software ilegal substituído por programas de aprendizado destinados a escolas públicas. Esses processos, desenvolvidos em colaboração com a UFMG, buscam reaproveitar o material apreendido, com foco em sua reintegração social e ambiental.
Além disso, alguns produtos, como o vinho apreendido, são reaproveitados para a criação de novos itens, como geleia de vinho. A Universidade desenvolveu uma técnica que transforma o vinho em geleia, com sabores doce e agridoce, que pode ser distribuída a pequenos produtores. O objetivo é agregar valor à produção local e promover o desenvolvimento regional, levando em consideração a sustentabilidade e o impacto positivo nas comunidades envolvidas.