Shamil Thakrar, cofundador do restaurante Dishoom, usa o termo “palimpsesto” para descrever Bombay, cidade que o inspira, onde camadas de diferentes culturas se sobrepõem sem apagar as anteriores. Ele sugere que o conceito reflete a essência da cidade, que carrega as marcas de diversas influências ao longo do tempo. Embora tenha sido “proibido” por seu primo Kavi de utilizar a palavra frequentemente, é difícil encontrar um termo que capture melhor a diversidade de Bombay.
A cidade é um verdadeiro mosaico multicultural, marcada por duas eras de domínio imperial e por migrações persas, que se misturam com uma comunidade muçulmana significativa e uma maioria hindu. Essa fusão resulta em uma convivência harmoniosa entre pessoas de diversas etnias e estados indianos, incluindo Maharatis, Gujeratis, Punjabis e Goanos. Além disso, a arquitetura de Bombay reflete essa pluralidade, com construções góticas do século XIX ao lado de edifícios art déco e neoclássicos, mesclando o antigo com o novo.
Bombay, ou Mumbai, como é conhecida internacionalmente, possui uma identidade própria que é “Bombayificada”, como diz Shamil. A cidade, com seu ritmo único e suas características distintas, absorve influências de todos os cantos, criando uma atmosfera vibrante e incomparável. Enquanto o novo se mistura ao antigo em cada esquina, Bombay se reafirma como um lugar onde o passado e o presente coexistem, criando um espaço onde as diversas culturas e tradições se entrelaçam de maneira inconfundível.