A situação no norte da Faixa de Gaza continua a ser marcada pela devastação, com a falta de serviços básicos como água e eletricidade, além de escombros que dificultam a instalação de tendas. Apesar disso, mais de meio milhão de palestinos retornaram à região recentemente, contrariando as declarações do presidente dos Estados Unidos, que sugeriu que os palestinos deixassem Gaza para que fosse possível criar uma nova área de desenvolvimento no Oriente Médio. Essa proposta foi amplamente rejeitada, com muitos moradores reafirmando sua determinação de permanecer e reconstruir suas casas, apesar das condições adversas.
A rejeição à proposta de realocação é forte, com os palestinos destacando que preferem enfrentar as dificuldades de Gaza a abandonar suas terras. Muitos, como Amir Karaja e Iyam Jahjouh, expressam uma resistência profunda em deixar sua terra natal, mesmo diante das destruições massivas. O sentimento de apego à terra é alimentado pela memória histórica do deslocamento forçado de 1948, durante a Nakba, que ainda marca a experiência coletiva de muitos palestinos. Para eles, qualquer sugestão de mudança permanente lembra a tragédia de perder suas casas para sempre.
O retorno à região é, para muitos, uma reafirmação da identidade e da resistência. Mesmo aqueles que enfrentam dificuldades extremas, como Ahmad Safi e Awatef Abu Sitta, se recusam a deixar Gaza, reforçando a ideia de que sua permanência no território é uma questão de honra e sobrevivência. A determinação dos palestinos em não repetir o exílio de 1948 reflete uma grande resistência contra qualquer tentativa de deslocamento, como sugerido por lideranças internacionais, incluindo Donald Trump, que propôs que outros países da região acolhessem os palestinos de Gaza.