Um estudo recente revela que um quarto dos países do mundo esteve envolvido em repressão transnacional nos últimos dez anos, prática que visa silenciar dissidentes políticos exilados. A pesquisa, conduzida pela organização Freedom House, documentou 1.219 incidentes registrados entre 2014 e 2024. Esses eventos envolveram ações de 48 governos em 103 países, demonstrando uma crescente utilização de táticas de repressão contra opositores fora das fronteiras nacionais.
A repressão transnacional é um fenômeno que inclui uma variedade de medidas, como perseguições legais, ataques físicos e ciberataques, todas com o objetivo de punir indivíduos que desafiem regimes autoritários ou que tenham se exilado devido a suas posições políticas. De acordo com a pesquisa, a prática não se limita a países com regimes amplamente conhecidos por suas posturas repressivas, mas também abrange outras nações que utilizam esses métodos de forma discreta para controlar a narrativa política.
Os dados indicam que, além de países com regimes autocráticos, democracias também foram identificadas como responsáveis por essas ações. A pesquisa alerta para o crescente uso da repressão transnacional como uma ferramenta para conter críticas internacionais e controlar movimentos dissidentes em nível global. Esse fenômeno tem implicações sérias para os direitos humanos e a liberdade de expressão, especialmente no que diz respeito à segurança e à proteção de indivíduos que buscam refúgio em outros países.