Kate Cole, uma sargento do Exército dos Estados Unidos e mulher transgênero, está entre os militares que processaram a administração de Donald Trump após a assinatura de uma nova ordem executiva que visa proibir a presença de transgêneros nas Forças Armadas. A ordem expande um decreto anterior de 2017, que já havia restringido o ingresso de transgêneros, e agora visa a demissão daqueles que já servem no Exército. A ação judicial, movida por grupos de defesa dos direitos LGBTQ+, argumenta que a medida fere os direitos constitucionais, especialmente a igualdade de proteção, e afeta negativamente milhares de militares transgêneros.
O governo Trump justifica a nova ordem com base em argumentos que consideram a identidade de gênero dos transgêneros incompatível com os padrões exigidos para o serviço militar. O presidente alega que a presença de transgêneros no Exército comprometeria a excelência militar e a disciplina, além de trazer dificuldades relacionadas a intervenções hormonais e cirúrgicas. Em resposta, advogados especializados em direitos civis destacam que a medida é discriminatória e carece de fundamentos racionais, especialmente após decisões jurídicas favoráveis aos direitos dos transgêneros, como o caso Bostock v. Clayton County, que garantiu a proteção contra discriminação no ambiente de trabalho.
A decisão de Trump gerou preocupação e protestos entre os membros da comunidade LGBTQ+, com muitos temendo perda de cuidados médicos e exclusão do mercado de trabalho. No entanto, a perspectiva de um desfecho positivo na disputa legal aumentou após a aplicação de decisões recentes do Supremo Tribunal dos EUA que garantiram maior proteção contra discriminação com base em identidade de gênero. Para Cole e outros militares trans, a luta continua sendo uma forma de defender não apenas seu direito de servir, mas também de mostrar que a diversidade no Exército é uma contribuição valiosa e respeitável.