A oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma campanha contra o Drex, a moeda digital em desenvolvimento pelo Banco Central (BC). Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro afirmam que o Drex permitirá o rastreamento completo das transações financeiras dos brasileiros, argumentando que isso representa uma ameaça ao sigilo bancário. A deputada Julia Zanatta (PL-SC) lançou um abaixo-assinado contra a moeda, alegando que ela seria uma forma de monitoramento financeiro, alertando que a adoção do Drex poderia resultar no controle total sobre as finanças pessoais dos cidadãos.
Zanatta, além de se opor ao Drex, propôs um projeto de lei para proibir a extinção do papel-moeda e uma PEC que exigiria a autorização do Congresso Nacional para a criação de uma moeda digital no Brasil. A proposta encontrou respaldo de outros parlamentares, como o deputado Eduardo Bolsonaro, que também criticou a iniciativa, sugerindo, sem evidências, que o governo poderia usar o Drex para restringir pagamentos por geolocalização. Essas críticas surgem após uma polêmica recente relacionada a uma norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento de transações via Pix, medida que gerou controvérsia e foi posteriormente revista.
Por outro lado, defensores do Drex, como o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto, destacam que a moeda digital será mais inovadora do que o sistema Pix e trará avanços na intermediação de ativos financeiros. O governo federal, em uma nota oficial, desmentiu alegações de que o Drex substituiria o dinheiro em espécie, esclarecendo que a versão inicial do Real Digital será uma alternativa adicional às cédulas de papel, sem impacto relevante na demanda por moeda física. A discussão sobre o Drex segue em andamento, dividindo opiniões sobre seu potencial impacto econômico e social no Brasil.