Uma operação realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou três trabalhadores argentinos em situação de trabalho análogo à escravidão na zona rural de Vacaria, no Rio Grande do Sul, no dia 20 de fevereiro. Entre os resgatados, estava um adolescente de 17 anos, além de dois homens de 26 e 36 anos. Os trabalhadores foram encontrados em condições precárias, com relatos de ameaças de violência por parte do responsável pelo alojamento, que usava armas para intimidá-los. As acomodações eram precárias e improvisadas, sem camas, com instalações elétricas inseguras e até sem portas, sendo construídas pelos próprios trabalhadores.
A denúncia que originou a operação foi recebida pelo MTE em 13 de fevereiro, relatando o despejo dos trabalhadores em propriedades rurais após reclamações sobre falta de pagamento, escassez de alimentos e condições insalubres. As refeições eram feitas em tendas improvisadas no mato, e os trabalhadores não receberam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Além disso, foi identificado que o empregador realizava descontos abusivos nos salários, com valores elevados cobrados por alimentação, bebidas e até pelo alojamento inadequado. Ao final de uma semana de trabalho, os trabalhadores recebiam entre R$100 e R$150 após os descontos.
Após a fiscalização, os trabalhadores foram acolhidos por instituições locais, e o empregador realizou o pagamento dos valores devidos, incluindo salários e rescisões, além de providenciar o transporte para o retorno à Argentina. Este foi o terceiro resgate de trabalhadores argentinos no estado em 2025, com operações anteriores ocorrendo em janeiro e fevereiro, evidenciando a persistência de situações de trabalho em condições análogas à escravidão em diversas áreas rurais do Rio Grande do Sul.