O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de São Paulo, apresentou uma denúncia formal contra 16 indivíduos acusados de extorquir comerciantes nas áreas do Brás e do Pari, conhecidas por seu comércio popular. Entre os denunciados, encontram-se seis mulheres e dez homens, supostamente ligados a uma das milícias que operam na região. Todos foram presos no primeiro semestre de 2024, e o Ministério Público solicita que suas prisões sejam mantidas.
A acusação detalha que os membros da quadrilha cobravam taxas de proteção de R$ 50 a R$ 250 dos comerciantes, levando muitos a contrair dívidas com agiotas locais. Este ciclo de violência envolve também agiotas que, supostamente, pagavam a policiais para fazer a cobrança, afetando principalmente imigrantes sul-americanos. Em um caso específico, um equatoriano foi extorquido em R$ 4 mil por um policial militar.
Além dos crimes de extorsão e formação de milícia privada, duas pessoas foram acusadas de lavagem de dinheiro e uma de agiotagem. Ex-policiais estão entre os acusados, e policiais ainda em atividade, que utilizaram equipamentos oficiais em seus crimes, estão sendo processados pela Justiça Militar. O processo revela a atuação de pelo menos três milícias na região, disputando territórios e pontos de venda nas feirinhas noturnas.