Em 2015, a ONU instituiu o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, com o objetivo de promover a participação plena das mulheres na pesquisa científica e combater a desigualdade de gênero no campo. A data, celebrada em 11 de fevereiro, reforça a importância da igualdade de acesso ao emprego e à educação de qualidade para mulheres, especialmente nas áreas científicas, que ainda apresentam uma grande disparidade racial e de gênero. A pesquisa do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa) revelou que mulheres negras, pardas e indígenas representam uma pequena fração dos docentes em pós-graduação nas áreas de ciências exatas, da terra e biológicas no Brasil.
A professora Márcia Pereira e outras mulheres pesquisadoras relatam suas experiências de desafios no campo acadêmico, onde a presença de mulheres negras ainda é escassa. Elas ressaltam a importância da representatividade para inspirar as novas gerações e defender políticas como as cotas raciais, que têm aumentado a diversidade nos espaços educacionais, contribuindo para um ambiente mais inclusivo. A estudante Daphny Santos, por exemplo, destaca a importância de ver mulheres negras no ensino superior, o que fortalece a confiança para continuar a jornada acadêmica.
Além dos desafios relacionados à desigualdade de gênero e raça, há também obstáculos no acesso a cargos docentes nas universidades públicas. As cotas raciais e de gênero têm sido uma ferramenta para aumentar a diversidade nesses espaços, mas ainda enfrentam problemas estruturais, como o fracionamento de vagas, que impede a aplicação plena da lei. Pesquisadoras como Márcia Cândido defendem que a diversidade de experiências no ambiente acadêmico é fundamental para o avanço da ciência e da inovação, contribuindo para o progresso intelectual e social de todo o país.