As altas temperaturas, que ultrapassam frequentemente os 35º C, têm causado sérios desafios para a agricultura no Brasil, especialmente no campo. O impacto é visível em diversas culturas, como soja, melancia e morango, que sofrem com a escassez de chuvas e a intensificação do calor. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, uma fazenda de soja viu sua produtividade cair drasticamente, de 60 para 30 sacas por hectare, devido ao clima seco e à falta de chuva no momento do plantio. O mesmo cenário é observado nas plantações de melancias, que, devido à alta temperatura, foram totalmente prejudicadas, com milhares de frutos perdidos.
A pecuária também enfrenta consequências sérias. Em São Paulo, produtores de leite estão registrando perdas significativas na produção diária devido ao calor excessivo. O gado, exposto a temperaturas extremas, sofre com a diminuição de sua fertilidade, estresse térmico e maior vulnerabilidade a doenças. Em algumas fazendas, a produção de leite caiu entre 10% e 20%, enquanto os animais enfrentam dificuldades para se alimentar e descansar adequadamente, o que compromete a produtividade.
Para minimizar os danos, alguns produtores têm investido em soluções alternativas, como a criação de estruturas para refrigerar as plantas e aumentar a irrigação, como no caso da produção de morangos em Deodápolis. Apesar dessas medidas, os produtores ainda lidam com um cenário de incertezas, já que as ondas de calor não mostram sinais de diminuição. A previsão de mais calor intenso até março reforça a necessidade de adaptação e inovação para enfrentar as adversidades climáticas.