O leque, além de ser um acessório usado para se refrescar, possui uma rica história cultural que remonta à China, por volta de 3000 a.C., e se espalhou pelo mundo, passando por várias civilizações, como o Egito, Roma e Grécia. Inicialmente fabricados com materiais como plumas e folhas, os leques se tornaram símbolos de poder e dignidade, sendo utilizados em cerimônias e como sinais de status. No Ocidente, chegaram por volta do século XVI e logo se popularizaram entre as classes altas, incluindo na corte portuguesa, que os trouxe para o Brasil no século XIX.
No Brasil, o leque se consolidou como um acessório de moda, especialmente no início do século XX, antes da popularização dos ventiladores elétricos. Durante o período colonial, os leques eram usados para transmitir mensagens sutis, com diferentes formas e desenhos que variavam conforme a ocasião. A partir da década de 1920, o leque passou a perder seu status como objeto de moda, mas continuou a ser um símbolo de tradição e cultura em diversas partes do mundo, especialmente na Ásia.
Recentemente, o leque experimentou um renascimento no Brasil, especialmente como peça de coleção e acessório vintage. Além disso, tornou-se um ícone de resistência e autoexpressão para a comunidade LGBTQIAPN, representando identidade, confiança e criatividade. O leque também é amplamente associado ao Carnaval, onde tem sido utilizado em desfiles e apresentações marcantes, como na comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense, em 1994. O objeto, mais do que um simples acessório, se tornou uma ferramenta de afirmação cultural e de luta por igualdade e liberdade.