O texto aborda a história de uma mulher que enfrenta dificuldades para garantir cobertura de saúde para sua filha com deficiência, Millie, após mudanças nas políticas de Medicaid da Califórnia. Millie, uma jovem de 24 anos com limitações severas de mobilidade e comunicação, precisava encontrar um trabalho para se qualificar ao programa Working Disabled e evitar altos custos de saúde, devido a uma nova política que exigiria que ela pagasse uma cota significativa de seu tratamento. Apesar da impossibilidade de Millie trabalhar, a solução encontrada foi uma adaptação do programa, onde ela seria “contratada” para cumprir as exigências de trabalho, mesmo sem poder exercer uma função convencional.
O texto também faz uma crítica às políticas de exigência de trabalho, como as propostas no governo de Trump, que buscam impor a condição de trabalho a beneficiários do Medicaid, incluindo pessoas com deficiências. A autora questiona a lógica por trás dessa política, argumentando que muitas pessoas não podem trabalhar não por escolha, mas devido a limitações físicas ou financeiras. Ao longo de sua narrativa, a autora reflete sobre os danos que essas exigências podem causar a pessoas vulneráveis, que já enfrentam dificuldades para acessar cuidados médicos adequados. Ela também critica o foco excessivo no valor do trabalho, sem levar em conta as necessidades reais de cuidados das pessoas com deficiência.
Por fim, o texto destaca a humanidade e a dignidade de Millie, que, apesar de suas limitações, se envolve ativamente em atividades que a conectam ao mundo ao seu redor. A autora sugere que a sociedade precisa repensar o que realmente é valioso nas relações humanas e como as políticas públicas podem ser mais inclusivas e sensíveis às necessidades das pessoas com deficiência, evitando a marginalização e a exploração de suas dificuldades. A reflexão final busca destacar que as pessoas não devem ser avaliadas apenas por sua “utilidade” no mercado de trabalho, mas pelo que são como indivíduos.