O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) reconhece que o combate ao trabalho escravo no Brasil precisa ir além das ações de fiscalização, adotando uma abordagem mais ampla e estratégica que envolva a sociedade civil e políticas públicas em áreas como educação, saúde e emprego. A erradicação dessa forma de exploração exige medidas preventivas, além da repressão, para evitar que trabalhadores libertados da escravidão contemporânea sejam novamente vulneráveis à exploração. A inadequação das políticas públicas e a falta de recursos para apoiar as vítimas são obstáculos para a construção de um sistema mais eficaz de erradicação do trabalho escravo.
A exploração de mão de obra em condições análogas à escravidão tem se transformado com o tempo, especialmente com o aumento da informalidade no mercado de trabalho, que afeta principalmente os trabalhadores rurais. De acordo com dados apresentados durante debates do MTE, a maioria dos trabalhadores assalariados rurais vive em condições precárias e trabalha de forma temporária, o que os torna mais suscetíveis à exploração. Além disso, muitas vítimas de trabalho escravo não têm acesso aos programas sociais de assistência, o que dificulta sua reintegração à sociedade após o resgate.
As dinâmicas de exploração mudaram com o tempo, e as políticas públicas precisam acompanhar essas transformações. Especialistas defendem que é necessário um monitoramento contínuo das cadeias produtivas, especialmente nas indústrias que dependem de matérias-primas produzidas em condições precárias de trabalho. A responsabilização das empresas que se beneficiam desses produtos e a criação de mecanismos para prevenir violação de direitos humanos são fundamentais para garantir que o ciclo de exploração seja interrompido de forma definitiva.