Em 1937, líderes do regime alemão promoveram duas exposições simultâneas de arte em Munique, uma focada na arte considerada ideal pelos nazistas e outra que expunha as obras vistas como degeneradas. A “Grande Exposição de Arte Alemã” destacava uma arte que retratava uma sociedade idealizada, com figuras heroicas e paisagens pastorais, enquanto a “Exposição de Arte Degenerada” visava deslegitimar obras modernas e abstratas associadas a grupos considerados inimigos do regime, como judeus e comunistas.
A divisão das exposições fazia parte de uma estratégia de propaganda para fortalecer o controle político e cultural do regime. As obras de arte consideradas degeneradas eram associadas a uma desordem moral e intelectual, buscando não apenas suprimir a dissidência, mas também reforçar a ideologia oficial. A arte foi usada como uma ferramenta poderosa para consolidar o poder, demonizar minorias e promover uma visão idealizada da sociedade.
Segundo estudiosos, como o francês Eric Michaud, os nazistas viam a arte como um meio de afirmar a superioridade racial e exaltar o partido. A propaganda cultural, para figuras chave do regime, como Joseph Goebbels, era mais que uma forma de entretenimento: era um meio espiritual e psicológico de guerra, destinado a moldar a percepção pública e consolidar o controle do regime sobre todos os aspectos da vida social e cultural.