A recente volta de Donald Trump à Casa Branca resultou em uma série de mudanças abruptas na política externa dos Estados Unidos, deixando tanto aliados quanto adversários em um estado de adaptação constante. A postura de Trump de desafiar e tentar dominar a ordem internacional estabelecida, especialmente com sua abordagem em relação à aliança transatlântica, tem gerado especulações sobre um momento decisivo comparável ao de 1989, quando a queda do Muro de Berlim marcou o fim da Guerra Fria.
A crescente percepção entre políticos, diplomatas e analistas ocidentais é de que o sistema multilateral, baseado em regras e liderado pela ONU, está em processo de desintegração. Esse cenário está sendo alimentado pela ascensão de formas de governo que priorizam o autoritarismo, o nacionalismo extremo e o populismo, tanto da esquerda quanto da direita, refletindo uma transição para uma nova era de imperialismo de grandes potências.
Esse contexto está criando uma era de incertezas, onde os princípios estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial estão sendo desafiados, e as potências globais parecem cada vez mais dispostas a atuar de maneira unilateral, sem as limitações de acordos multilaterais. A crise atual representa um momento de redefinição das relações internacionais, com consequências significativas para a ordem global.