O navio “Vital de Oliveira”, que foi afundado por um submarino alemão durante a Segunda Guerra Mundial, foi encontrado no último mês de janeiro a 65 quilômetros da costa de Macaé, no Rio de Janeiro, após 80 anos submerso. A embarcação foi torpedeada em 1944, resultando na morte de 99 tripulantes, de um total de 270. A descoberta aconteceu durante uma missão de pesquisa realizada pela Marinha, que também estudava um navio com o mesmo nome. A localização do naufrágio foi possível graças a uma missão arqueológica que utilizou tecnologias avançadas, como sonar e ecobatímetro.
O professor Eduardo Heleno, da Universidade Federal Fluminense, destacou a importância histórica dessa descoberta, ressaltando o papel do Brasil na guerra e a memória sobre a participação do país no maior conflito do século XX. Além disso, o Brasil perdeu mais de trinta embarcações durante a Segunda Guerra, com o “Vital de Oliveira” sendo o último navio afundado por forças inimigas, em julho de 1944. A pesquisa não só resgata a história de um evento dramático, mas também aponta para o valor de preservar o legado de confrontos militares, desastres marítimos e outros aspectos históricos através de naufrágios.
A descoberta do naufrágio também tem importância estratégica e diplomática, como destacou o Capitão-Tenente Demilio, membro da expedição. A pesquisa prosseguirá com a análise de modelos tridimensionais do naufrágio e a coleta de mais dados por meio de mergulhos técnicos e veículos subaquáticos. A Marinha agora integra o achado ao projeto “Atlas dos Naufrágios de Interesse Histórico da Costa do Brasil”, com o objetivo de catalogar as embarcações naufragadas no litoral do país e preservar a história marítima brasileira.