O texto discute o crescimento e a aceitação de vinhos orgânicos e naturais, destacando como, ao longo dos anos, esses rótulos se tornaram mais respeitados e procurados, embora ainda enfrentem críticas de algumas pessoas. Nos anos 2000, os vinhos orgânicos eram frequentemente vistos como uma opção boa para o meio ambiente, mas ruim para o paladar. Com o tempo, no entanto, esses vinhos se tornaram mais mainstream, sendo considerados de boa qualidade por muitos, como exemplificado pelo Reyneke Organic Cabernet Sauvignon Merlot, da África do Sul. A mudança de percepção pode ser vista no fato de que o conceito de vinhos orgânicos hoje já é aceito como um indicador de qualidade, o que não era tão claro no passado.
Além disso, a discussão se expande para os vinhos naturais, que surgem como uma evolução lógica dos vinhos orgânicos. A principal diferença entre eles está no uso de aditivos na vinificação, com os vinhos naturais buscando evitar qualquer substância química, tanto na vinícola quanto na vinha. O autor também observa que, apesar das críticas de que esses vinhos podem ter sabores “estranhos” ou “sujos”, os vinhos naturais de boa qualidade são bem recebidos quando consumidos sem a etiqueta do “natural” previamente alertada, o que pode aumentar a aceitação entre os consumidores.
O texto ainda toca no conceito de biodinâmica, uma prática agrícola que segue calendários astronômicos e que, embora seja criticada por sua falta de fundamentação científica, é usada na produção de vinhos apreciados por muitos, como o M Chapoutier Combe Pilate Viognier. O autor reforça que a qualidade dos vinhos depende da habilidade do enólogo e da qualidade das uvas, destacando que o debate sobre vinhos naturais, orgânicos e biodinâmicos segue sendo uma questão de gosto pessoal e de perspectiva sobre o papel dos processos naturais na produção de vinhos.