A investigação sobre o assassinato de um delator do PCC revelou que parte das munições usadas na execução de Vinícius Gritzbach era do mesmo lote empregado em um assalto a três agências bancárias em Botucatu, interior de São Paulo, em 2020. A descoberta foi confirmada através de laudos que indicam a utilização de projéteis adquiridos pela Polícia Militar de São Paulo entre 2013 e 2018. As munições desviadas também envolveram outras forças de segurança, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e o Exército.
Além da preocupação com o desvio de armamento, a situação expõe a possível participação de policiais no envolvimento com o crime organizado. Gritzbach havia denunciado um suposto conluio entre policiais e membros da facção, além de alegar ameaças de morte por parte do PCC devido a desvios financeiros dentro da organização. O uso de munição policial em atividades criminosas aumenta o risco de que esses estoques possam ter sido redistribuídos para outras áreas, considerando a falta de segurança nas normas de controle.
O assalto em Botucatu, um ataque de grande proporção envolvendo mais de 40 criminosos, foi marcado por cenas de guerra, com explosões e tiroteios intensos. A ação fez vítimas e causou grande destruição na cidade. As investigações sobre o caso ainda seguem em sigilo, mas as autoridades já prenderam diversos suspeitos. O caso destaca a importância do rastreamento rigoroso de munições para prevenir abusos e crimes envolvendo armamento institucional.