Um lote de munições utilizado na execução de um membro de uma facção criminosa em novembro de 2024 em Guarulhos é o mesmo usado em um assalto de grande proporção em Botucatu, ocorrido em julho de 2020. O levantamento foi realizado pelo Instituto Sou da Paz, que analisou o laudo balístico da perícia criminal. Para a diretora-executiva da instituição, a presença do mesmo lote de munições em crimes em diferentes cidades revela indícios de corrupção policial que perdura há anos em São Paulo.
O assalto em Botucatu, que envolveu cerca de 40 criminosos e durou mais de três horas, resultou em ferimentos em policiais militares e na condenação de quatro indivíduos a mais de 50 anos de prisão. Já o caso de Guarulhos, que teve como vítima um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), também destacou o uso de munições desviadas de diferentes corporações de segurança, incluindo a Polícia Federal e o Exército. As investigações sobre o caso continuam, com 26 pessoas presas, sendo 17 policiais militares, suspeitos de envolvimento em atividades ilícitas.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo emitiu uma nota reiterando o compromisso com o controle rigoroso de munições e afirmando que investigações sobre o desvio estão em andamento. A pasta garantiu que todas as suspeitas de extravio são tratadas com seriedade e que medidas disciplinares e judiciais são tomadas em caso de irregularidades. O caso de Botucatu foi investigado e resultou na prisão de mais de 20 envolvidos, mas o caso de Guarulhos ainda está em sigilo, com novos detalhes sendo preservados para não comprometer as investigações.