Empreender no Brasil é um grande desafio, especialmente para as mulheres, que frequentemente precisam conciliar o trabalho com as responsabilidades domésticas. De acordo com uma pesquisa realizada pela startup Olhi em 2024, 63,4% das mulheres empreendedoras passam mais de oito horas por dia em seus negócios e, em média, dedicam de duas a quatro horas às tarefas do lar. Esse cenário tem um impacto direto no desempenho delas, com um aumento do número de mulheres enfrentando uma jornada dupla em relação ao ano anterior.
Além das obrigações familiares, o estudo aponta que as mulheres também enfrentam desafios relacionados ao apoio emocional e à falta de incentivo para empreender. Segundo Stefanie Schmitt, CEO da Olhi, muitas mulheres iniciam seus negócios não só por uma ideia inovadora, mas também pela necessidade de sustentar a família e conciliar a maternidade. Esse contexto pode fazer com que 42,6% das mulheres se sintam despreparadas para o empreendedorismo, principalmente devido à falta de apoio de familiares e à percepção de que seus negócios são vistos com menos seriedade em comparação com os fundados por homens.
O perfil das mulheres empreendedoras, segundo a pesquisa, revela que a maioria delas são brancas, têm entre 35 e 44 anos e possuem pós-graduação. As áreas mais comuns de atuação são serviços gerais, negócios, bem-estar, educação e saúde mental. Embora muitas empreendam por necessidade, também buscam a independência profissional e o desenvolvimento de novas ideias. Contudo, a sobrecarga de funções e a falta de reconhecimento continuam sendo obstáculos significativos para o sucesso das mulheres no setor empreendedor.
