A porcentagem de mulheres formadas em cursos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) no Brasil sofreu uma queda acentuada desde a pandemia de covid-19. Em 2019, as mulheres representavam 53% das formadas nesses cursos, mas em 2023 esse número caiu para 27%. Já entre os homens, a redução foi de 36%, de 37% em 2019 para 23% em 2023. A diminuição das taxas de conclusão, mais intensa entre as mulheres, é atribuída a fatores como o desemprego, a queda na renda e a sobrecarga com as tarefas domésticas e de cuidado durante a crise sanitária.
Embora a presença feminina nos cursos de STEM tenha crescido ao longo da última década, ela ainda é significativamente menor do que a masculina. Em 2023, 74% dos ingressantes nessas áreas eram homens, enquanto 26% eram mulheres. Entre 2013 e 2023, o número de mulheres ingressantes aumentou 29%, mas os homens tiveram um crescimento de 56%. A maior parte das mulheres optou por cursos de engenharia, seguido por computação, com um crescimento expressivo nesta área, e as ciências naturais.
Especialistas afirmam que a maior diversidade nos cursos de STEM pode trazer melhores resultados para a ciência, destacando que políticas afirmativas como bolsas de estudo e programas de inclusão foram essenciais para a presença feminina. No entanto, esses dados indicam que ainda há barreiras significativas para atrair mais mulheres para essas áreas. A necessidade de revisar políticas de incentivo e garantir um ambiente mais igualitário é fundamental para que as mulheres possam continuar sua formação e fazer contribuições significativas para a ciência.