Uma mulher foi presa em Itajaí, Santa Catarina, por perseguir e ameaçar um dentista e sua noiva ao longo de cinco anos. A suspeita enviou presentes, fez postagens nas redes sociais afirmando estar em um relacionamento com o dentista e atacou a noiva dele com ofensas públicas. De acordo com boletins de ocorrência e o processo judicial, a mulher invadiu o prédio onde o dentista morava, enviou mensagens de ameaça e tentou separá-los com constantes assédios. O dentista relatou que, devido à perseguição, passou a evitar atividades cotidianas, como divulgar seu trabalho nas redes sociais, por medo de represálias.
O crime de perseguição, conhecido como stalking, passou a ser tipificado no Código Penal brasileiro em 2021. O delito ocorre quando a conduta de um indivíduo ameaça a integridade física ou psicológica da vítima, restringindo sua liberdade ou invadindo sua privacidade. A delegada Nayara Caetano Borlina Duque, especializada em crimes cibernéticos, explicou que a simples curiosidade não configura crime, mas quando a perseguição afeta a vida da vítima, tornando-se uma ameaça, o ato é considerado ilegal.
A prisão da mulher foi realizada após o pedido de prisão preventiva feito pelo dentista, que documentou as ações da suspeita. Ela foi acusada de perseguição, injúria e ameaça, com a intenção de separar o casal. O caso chama a atenção para a importância de medidas legais mais eficazes no combate ao stalking e à proteção das vítimas de perseguição prolongada.