A utilização de anticoncepcionais tem diminuído significativamente, especialmente entre os mais jovens. Dados recentes mostram que um terço dos jovens irlandeses não está mais utilizando contraceptivos. No mesmo período, houve um aumento nas taxas de aborto na Inglaterra e no País de Gales, o que pode estar relacionado a mudanças nos métodos contraceptivos. Entre 2014 e 2021, o número de prescrições da pílula anticoncepcional caiu drasticamente de 432.600 para 188.500, refletindo uma mudança no comportamento de prevenção da gravidez.
Esse declínio no uso de contraceptivos hormonais, como a pílula, tem sido substituído por métodos naturais, como o monitoramento do ciclo menstrual por meio de aplicativos de smartphones. Um estudo recente revelou que, em 2018, apenas 0,4% das mulheres que procuraram clínicas de aborto usavam essa tecnologia, enquanto em 2023 esse número subiu para 2,5%. Essa tendência está acompanhada por uma queda na proporção de mulheres utilizando contraceptivos hormonais, que passou de 19% para 11% nesse mesmo período.
Além disso, o estudo também mostrou que a porcentagem de mulheres que não usaram nenhum método anticoncepcional antes de engravidar aumentou consideravelmente, passando de 50% para 70%. Esse fenômeno reflete a crescente desconexão entre as práticas tradicionais de contracepção e o foco em métodos mais naturais, que são influenciados por fatores culturais, como a crescente valorização de abordagens alternativas à medicina convencional e o culto ao bem-estar.