A guerra na Ucrânia, que completa três anos no próximo dia 24, sofreu uma mudança significativa nas últimas semanas devido à postura mais favorável da administração dos Estados Unidos à Rússia, liderada por Donald Trump. A aproximação entre Washington e Moscou gerou desconforto entre os aliados europeus e a Ucrânia, que temia ser excluída das negociações. Em fevereiro, Trump revelou ter conversado com o presidente russo sobre o conflito e sugeriu que a Ucrânia poderia perder parte do território invadido pela Rússia, o que aumentou as incertezas sobre a possibilidade de um acordo de paz sem a participação do governo ucraniano.
Os interesses de cada parte no conflito permanecem divergentes. Enquanto a Ucrânia busca recuperar todo o território perdido e assegurar uma paz duradoura, com apoio de aliados como a Otan e a União Europeia, os Estados Unidos, sob Trump, exigem concessões sobre minerais raros em solo ucraniano em troca de apoio. Já a Rússia busca preservar sua influência sobre a Ucrânia e manter o controle de territórios estratégicos como a Crimeia e as regiões do leste ucraniano. A Europa, por sua vez, teme uma possível agressão futura da Rússia e busca uma solução para garantir a estabilidade regional, embora enfrente desafios devido à dependência energética da Rússia e à crescente necessidade de maior autonomia em questões de segurança.
A mudança na postura dos EUA está gerando tensões dentro da Otan e afetando a dinâmica global. Especialistas alertam que, caso um acordo favorável à Rússia seja alcançado, a Europa poderia ser diretamente impactada, com a possibilidade de maior instabilidade interna e uma possível ascensão de partidos extremistas. Além disso, o impacto econômico da guerra já está sendo sentido mundialmente, com a desestabilização do comércio internacional e o aumento da inflação.