O Movimento Terra Livre ocupou a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Goiás (Incra GO) na última segunda-feira, 10, em um protesto por maior celeridade nas vistorias para liberação de novas terras para assentamento. Durante os diálogos com os representantes do Incra, o movimento obteve compromissos sobre a busca de novas áreas para assentamento e o pagamento de créditos atrasados a assentados. O espaço foi desocupado na manhã de terça-feira, 11, mas os manifestantes alertaram que retornarão caso não haja avanços significativos no processo.
De acordo com Geraldo Câmara, membro da coordenação estadual do movimento, as demandas são antigas e ainda sem resposta efetiva. O grupo tem a meta de assentar pelo menos 600 famílias até o final do governo atual. As negociações com o Incra GO preveem a realização de quatro vistorias ainda em 2025, sendo que, uma vez concluídas, as áreas poderão ser encaminhadas a Brasília para aprovação. O movimento acompanhará as ações do órgão durante o mês, aguardando por avanços concretos.
Por outro lado, Elias D’Angelo, superintendente do Incra Goiás, reconheceu as dificuldades na execução dos processos e apontou que a prioridade tem sido a regularização de famílias acampadas, com uma escassez de recursos e uma equipe reduzida devido a cortes nos anos anteriores. Em 2024, o governo federal planeja incorporar cerca de 73 mil famílias ao Programa Nacional de Reforma Agrária. Apesar dos desafios, D’Angelo ressaltou que Goiás tem a ganhar com o avanço da reforma agrária e a regularização de terras.